O "terroir" da Quinta dos Loridos levou a Bacalhôa Vinhos de Portugal a adquirir esta propriedade nos finais dos anos oitenta para aí instalar uma unidade de produção de vinhos de alta qualidade.
O primeiro objectivo foi a criação de grandes espumantes vinificados com o método clássico Todo o processo segue as práticas mais tradicionais como a remuagem manual e a refermentação e o longo estágio na garrafa numa das mais bonitas caves de estágio de vinhos. Novos desafios foram lançados com o início da produção de vinhos de mesa.
O clima ameno e temperado pela proximidade do mar, a fertilidade e natureza dos terrenos propiciam a produção de vinhos com personalidades bem marcadas. Os espumantes aí produzidos têm uma qualidade que tem alcançado menções das mais honrosas no país e no estrangeiro. O projecto de produção de vinhos de mesa, e os seus resultados confirmam uma grande aptidão para este tipo de vinhos.
Com estes objectivos restruturámos gradualmente a vinha original, plantando novos talhões de vinha com densidades de plantação e superficies de folhagem superiores, com as castas que consideramos mais adaptadas a este projecto. A área restruturada totaliza actualmente cerca de 26ha. Para além das tradicionais, novas castas foram introduzidas como, Pinot Noir, Merlot, Aragonez, Arinto, Chardonnay e Alvarinho.
Conservamos um lagar de pedra com prensa de "vara" e instalamos igualmente modernas cubas de fermentação, estão também montados os cavaletes de remuagem como é próprio do método clássico de espumantização.
Sob a adega foi construida uma extensa cave de envelhecimento onde refermentam e estagiam as garrafas do espumante durante anos, antes de serem lançadas no mercado.
João Annes de Lourido, a quem o Mosteiro doara terras junto ao Bombarral, talvez tenha sido o primeiro proprietário da Quinta dos Loridos, por volta de 1430. Nos finais do sec. XV, aparecem em Lisboa os Aifaitati ou Lafetas, familia de banqueiros italianos, proveniente da cidade de Cremona, que controlavam uma das mais poderosas companhias internacionais, com sucursais em Roma, Portugal, Espanha, Flandres, Inglaterra e França.
Associados ao comércio do açucar da ilha da Madeira, e, logo após o regresso de Vasco da Gama, em 1499, ao tráfico de especiarias, fixam-se na zona de Óbidos, tendo construído casa de campo na Quinta dos Loridos doada por El Rei D. Manuel I, no ínicio do sec.XVI. Na actualidade, a imagem quinhentista ainda é marcante na organização espacial das construções, nos jardins em socalcos, e particularmente, no portal " Paladiano " do corpo central do edifício, de inspiração obviamente colhida na Itália do sec.XVI. Curiosamente a casa dos Aifaitati em Cremona apresenta um portal idêntico.
Em meados do sec. XVIII, a Quinta dos Loridos é propriedade da familia Sanches de Baena, da qual o portal de entrada apresenta uma pedra de armas. Esta familia, ao adquirir a Quinta, procedeu a alterações exteriores de grande impacte visual e clara filiação barroca, de que é exemplo a entrada e capela. Em 1834, o Capitão João Pedro Barboza compra a Quinta dos Loridos. O seu filho, José António da Silva Barboza quis deixá-la em testamento a um pároco, que a recusou, pedindo-lhe que deixasse ao primo, Albino Herculano da Silveira Sepúlveda, que deste modo a herdou.
Os Loridos mantiveram-se na família Sepúlveda até 1989, quando a adquirimos. Desde então foi realizada uma profunda obra de restauro, que inclui a reconstrução dos telhados e interiores, a instalação de uma adega para a produção de um espumante Método Clássico numa antiga adega existente que ainda conserva um lagar de pedra com prensa de " vara ", a construção de uma cave de envelhecimento e a plantação de vinha.